O consumo de combustível (Diesel) representa parcela significativa dos custos operacionais de frotas agrícolas. Seu controle é, portanto, importante, e evitar desperdícios é indispensável.
 Uma das principais fontes de desperdício de combustível, e talvez uma das mais fáceis de se controlar é o uso desnecessário do motor dos equipamentos, mantido ‘ligado’ sem que a máquina esteja trabalhando, deslocando-se ou realizando alguma outra tarefa que exija o uso do motor.
 O uso ‘desnecessário’ do motor é denominado motor ocioso, e não está necessariamente ligado à condição de rotação do motor. Deixar o motor em marcha lenta é uma das condições de se caracterizar motor ocioso, embora para o sistema Guide Fleet, sempre que o motor estiver ligado com o equipamento parado, isto é, velocidade zero, ficará caracterizada a ocorrência de ociosidade do motor.
 Existem, entretanto, situações em que manter o motor ligado e a máquina ou veículo parados seja necessário. Por exemplo, após um período de uso normal do equipamento, é necessário manter a máquina ligada por 1 ou 2 minutos a fim de que as temperaturas do motor e turbina se estabilizem, para somente após o motor ser desligado, evitando-se assim possíveis quebras ou danos por acúmulo de temperatura.
 Portanto, antes de analisar os dados dos relatórios é importante entender o que o Guide Fleet considera motor ocioso e como estes tempos e ocorrências são computados pelo sistema.

Para o Guide Fleet, sempre que um equipamento estiver com motor ligado, independentemente da sua rotação, e estiver sem movimento, isto é, velocidade zero, caracteriza-se a condição de motor ocioso, que nos relatórios é denominado tempo total de motor ocioso ou total de ocorrências de motor ocioso. Esta situação, entretanto, é necessária para o perfeito funcionamento e manutenção dos equipamentos.
 A fim de coibir os excessos, entretanto, é possível configurar o Guide Fleet para que ele considere, para cada tipo de equipamento e para cada atividade (cada parâmetro operacional), um tempo de tolerância (chamado de ‘filtro’ nas telas de configuração). Assim, é possível considerar como ‘desperdício’ o tempo em que a máquina permaneça com motor ligado e sem movimentação depois de transcorrido este tempo de tolerância.
 Esta configuração deve ser realizada na opção de parâmetros operacionais diretamente no portal do Guide Fleet. Ao se cadastrar cada atividade, será necessário atribuir à ela um parâmetro operacional, o qual será utilizado pelo CBAs para o monitoramento dos equipamentos. No exemplo apresentado, foi criado um parâmetro operacional que estebelece para a condição de motor ocioso uma tolerância de 180 segundos, isto é, 3 minutos.
 Suponha que este parâmetro operacional seja utilizado para uma a atividade de manobra, por exemplo. Se um equipamento em cujo CBA está apontada este atividade (manobra) e ele permaneça com motor ligado por 4,5 minutos (270 segundos), o sistema irá registrar como tempo total de motor ocioso os 270 segundos, mas considerará como tempo de motor ocioso acima do filtro, apenas 90 segundos (1,5 minutos), que é o tempo em que o motor ficou ligado acima do tempo de tolerância estebelecida.
 Nesta condição, ao atingir os 180 segundos com motor ligado sem movimentação, o CBA vai contabilizar uma ocorrência de motor ocioso acima do filtro, vai apresentar uma mensagem ‘MOTOR OCIOSO’ em seu visor ao operador e vai permanecer com o sinal sonoro (‘BIP’) caracterizado como ‘Alarme’ na configuração, até que a máquina tenha seu motor desligado ou ela começe a deslocar-se novamente.
 Importante: Todos os relatórios relativos à motor ocioso mostrados neste painel referem-se exclusivamente ao tempo de motor ocioso acima do filtro, que contabilizam ocorrências e tempos apenas após ultrapassado o tempo de tolerância considerado. Alguns relatórios apresentam tanto o tempo total de motor ocioso, ou total de ocorrências, quanto o tempo acima do filtro, ou ocorrências acima do filtro.
 Note que, cada vez que o tempo limite de tolerância é ultrapassado, gera-se uma ocorrência e inicia-se a contagem de tempo. Assim, se já existe uma ‘tolerância’ considerada para cada atividade, estes tempos deveriam tender ao menor valor possível, isto é, zero. Tempos muito elevados podem ser indícios de: a) falta treinamento e comprometimento dos operadores; b) os parâmetros operacionais não estão adequadamente configurados para as reais necessidades ou c) existem equipamentos com problemas de hardware, como por exemplo, antena do GPS danificada e que não estão marcando corretamente os tempos de motor ocioso, superestimando-os.
 Os relatórios deste painel têm por objetivo mostrar estatísticas de tempo de motor ocioso, de modo que o usuário do sistema possa quantificar a quantidade de ocorrências e principalmente o acumulado de tempo em que os equipamentos mantiveram motor ligado desnecessariamente.

 

O relatório “Motor ocioso - consolidado por tipo equipamento” mostra os tempos e ocorrências de motor ocioso total e acima do filtro, e a relação deste tempo sobre o tempo total de motor ligado, individualmente para cada tipo de equipamento. Na versão tabela é possível encontrar o tempo total de motor ocioso e o tempo acima do filtro, e a relação entre este tempo e o tempo total de motor ligado. Na segunda coluna de gráficos, assim como na tabela deste relatório, é possível encontrar os tempos médios por equipamento, que  equivale aos tempos totais divididos pelo número de equipamentos monitorados no período considerado.
 A partir deste relatório é possível visualizar as estatísticas separadas por tipo de atividade ou por classe de atividades, conforme ilustrado no relatório “Motor ocioso - detalhe por classe da atividade”, que mostra os tempos de motor ocioso de cada tipo de equipamento, em função das diferentes classes de atividades improdutivas. No exemplo, pode-se notar que o maior tempo de motor ocioso ocorreu em atividades de manutenção, seguido por atividades classificadas como gerenciais.